Transtorno Explosivo Intermitente
Entenda tudo sobre a sindrome do hulk
Dados chaves
O transtorno Explosivo Intermitente afeta 3.1% da população brasileira.(1)
O transtorno Explosivo Intermitente é também conhecido por Sindrome do Hulk.
A maior predominância é em homens, entre 16 e 35 anos de idade e com baixo nível de escolaridade.(1)
Depressão e ansiedade são 4x mais prevalentes em pessoas com TEI.(2)
O que é Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) ou Sindrome do Hulk, como é popularmente chamada, é um distúrbio comportamental que causa no paciente comportamentos agressivos frequentes.
Embora a agressão impulsiva seja frequentemente associada a distúrbios psiquiátricos, alguns indivíduos demonstram explosões violentas de raiva (ataques de raiva) descontrole episódico e distúrbio explosivo intermitente.(3)
Além do mais, o transtorno explosivo intermitente é caracterizado por episódios discretos de falha em resistir a impulsos agressivos resultando em agressões graves ou destruição de propriedade.
“Os portadores do transtorno explosivo são conhecidos como brigões, impacientes, irascíveis, aquelas pessoas que coloquialmente chamamos de “pavio curto”, que por muito pouco causam grande confusão. São pessoas que acabam sendo rotuladas como difíceis de lidar, pois parecem estar sempre brigando ou discutindo com alguém, além de xingar, arremessar objetos e até mesmo agredir seus interlocutores. Depois da explosão, quando o mundo volta ao normal, esses indivíduos se arrependem, ficam envergonhados e aceitam que foram culpados por ultrapassar os limites, mas sem controle e tratamento, todo o ciclo se repete.”
Sinais e sintomas:
Os sintomas que ocorrem em um ataque de explosão podem ser:
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Crise de fúria com ameaças, berros e xingamentos
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Excitação que cresce exponencialmente
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Alto nível de tensão
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Palpitações
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Aperto no peito
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Pensamentos raivosos
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Agressão verbal: acessos de raiva, injúrias, discussões e agressões verbais ou até agressão física dirigida a propriedade, animais ou outros indivíduos.
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Desrespeito a leis de trânsito
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Arremesso e destruição de objetos
Esses comportamentos são fruto de um possível descontrole emocional extremo, principalmente no que se refere ao sentimento de raiva e conduzem a pessoa a ações impulsivas e descontrole, que, na maioria das vezes, são exageradas e não condizem com a situação presente.
Nem todos as pessoas que apresentam TEI expressam os mesmos sinais e sintomas, porém há um padrão de comportamento descontrolado em todas as situações.
Raiva, agressividade, TEI e diagnósticos
A diferenciação entre casos de raiva e agressividade isolados e o transtorno pode ser notado, principalmente pela frequência e a intensidade do sentimento de raiva e da agressividade. Essa avaliação para diferenciação de diagnóstico deve ser feita por um psicólogo ou psiquiatra.
As diferenças entre raiva, agressividade e TEI são:
Raiva
É um sentimento, uma emoção. Sentimentos raivosos podem descarregar endorfinas, que são produtos químicos muito poderosos no interior do corpo. Esta corrente de energia pode ajudar os indivíduos a se aliviarem de sentir-se tristes ou magoados.
Agressividade
É uma ação hostil, destrutiva e/ou violenta. No momento em que o indivíduo inicia com ações, não reconhece os sentimentos ou as necessidades do outro indivíduo.
TEI
Inicia-se com o sentimento de raiva e, rapidamente, avança para ações agressivas. Envolve episódios repetidos e repentinos de comportamento impulsivo, agressivo, violento ou explosões verbais, de forma grosseira e desproporcional à situação.
Você sabia que...
A prevalência da síndrome do Hulk é em homens. Para cada três homens, uma mulher sofre de TEI. No Brasil, o TEI atinge 3,1% da população.
Como acalmar a raiva
Identificar o sentimento e a situação
Esse é o primeiro passo para acalmar a raiva. Identificar a alteração no comportamento e nos sentimentos ajuda a regressar ao estado sereno.
Respirar fundo e tranquilizar-se
Após identificar o sentimento de raiva, o autocontrole e auto entendimento ajudam a acalmar a respiração e tranquilizar o corpo e sair do modo luta ou fuga.
Mover-se ou trocar de ambiente
Esta prática ajuda a ver a situação de longe e modificar o foco raivoso inicial. Esse hábito reduz a ansiedade e o nervosismo.
O humor ajuda
O sorriso é o meio mais eficaz para lidar com situações estressantes e que desencadeiam raiva. Quando possível, pense em algo engraçado ou transforme a situação em algo humorístico.
Conhecer os gatilhos
Entender o que causa a raiva e aprender a lidar com a situação antes mesmo de ela iniciar é uma excelente prática para acalmar a raiva.
Desenvolvimento e progressão
Fisiologicamente, o transtorno pode ser gerado por uma disfunção na produção de serotonina. A serotonina desempenha vários papéis no corpo, incluindo influenciar na aprendizagem, na memória, na felicidade, bem como regular a temperatura corporal, no sono, no comportamento sexual e na fome. A serotonina é um produto químico que o corpo produz naturalmente e é necessária para que as células nervosas e o cérebro funcionem. Pensa-se que a falta de serotonina é suficiente para desempenhar um papel na depressão, ansiedade, mania e outras condições de saúde, tais como o transtorno explosivo intermitente.(4)
Normalmente os primeiros sinais, psicologicamente falando, surgem na adolescência e se perpetuam na fase adulta, mas existem, também, casos em que os sinais de agressividade começam a aparecer mais tarde, já na fase adulta.
Existe Transtorno Explosivo Intermitente em crianças?
“Em crianças, os casos são mais raros, mas elas também podem ser portadoras do TEI e os pais ou tutores podem perceber isso pela dificuldade da criança em resolver problemas ou conflitos de forma normal, partindo sempre para a agressividade causada pelo comportamento impulsivo.”
Causas do Transtorno Explosivo intermitente
Vários fatores ambientais e genéticos podem contribuir para o desenvolvimento desta desordem. Algumas das causas conhecidas de distúrbios explosivos intermitentes incluem:
Hereditariedade
Viver qualquer tipo de abuso, verbal ou físico, na infância
Apresentar níveis variáveis de serotonina
Traumas de longa duração
Transtornos de saúde mental, tais como TDAH, transtorno de personalidade anti-social.
Depressão, sintomas de ansiedade ou desordem relacionada a abuso de substâncias.
Comumente, o transtorno aparece em conjunto com outras dificuldades emocionais, como depressão, bipolaridade e crises de ansiedade, o que leva o paciente a precisar de medicação em alguns casos.
Você sabia que...
pessoas com TEI têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver ansiedade e depressão, e três vezes mais de desenvolver transtorno por uso de substâncias.
O transtorno bipolar tem sido associado ao aumento da agitação e do comportamento agressivo em algumas pessoas, mas para eles, a agressividade é limitada a episódios maníacos ou depressivos, enquanto que indivíduos com Transtorno Explosivo Intermitente apresentam comportamento agressivo mesmo durante períodos de senso de humor positivo. É válido acrescentar que o álcool tem efeito no TEI e em outros em transtornos em que o uso de substâncias podem apresentar aumento da agressividade.(5),(6)
Tratamentos
Quando buscar ajuda?
“Quando o sujeito não consegue controlar seu impulso raivoso e explode muito facilmente de forma completamente desproporcional às situações apresentadas, ele precisa começar a se preocupar e procurar ajuda, pois pode ser portador do transtorno e sem tratamento pode acabar se colocando em situações desconfortáveis para si e para pessoas que possam estar lhe fazendo companhia. Além disso, essas pessoas têm tendência a interpretar de forma equivocada alguns sinais e situações, sempre deixando a raiva se sobrepor à razão na hora de reagir a qualquer fato.”
O tratamento com TEI pode incluir a ajuda de um terapeuta de confiança, medicação, ajustes no estilo de vida e estratégias de autocuidado. Pode levar tempo e algum trabalho árduo para modificar os pensamentos e as decisões imediatas tomadas pelo cérebro e desenvolver novas habilidades de lidar com a doença, mas a cura é de fato possível.
A terapia cognitiva comportamental ajuda as pessoas a controlar e mudar seus comportamentos. Ela pode ajudar:
- Identificar os gatilhos das reações agressivas
- Gerenciar e controlar o comportamento violento com técnicas de relaxamento e práticas de pensamento.
- Trabalhar em habilidades comunicativas e de resolução de problemas
Dicas para lidar com alguém com Sindrome do Hulk
Quando um familiar, amigo ou alguém próximo apresentar as características de raiva e agressividade que parecem vir sem controle e inesperadamente, você pode ajudar.
- Use táticas compartilhadas de resolução de problemas para afirmar o sentimento de autonomia da pessoa. Por exemplo, diga: "O que podemos fazer para corrigir isso?".
- Não faça ultimatos ou se envolva em lutas de poder.
- Valide a raiva da pessoa. É permitido expressar os sentimentos, desde que não estejam prejudicando a si mesmos ou aos outros.
- Usar habilidades de escuta ativa, que mostram que você está positivamente engajado.
- Oferecer declarações empáticas, como: "Parece que você está realmente magoado".
- Não confie no que aconteceu ou em quem foi o culpado. Continue voltando a possíveis soluções para o problema.
- Use uma linguagem corporal deliberadamente calma e um tom de voz reconfortante. Não alimente o drama.
Atenção! Nenhum sinal ou ato de violência é tolerado e deve ser tratado, principalmente em relações pessoais. Se você conhece alguém com características de transtorno explosivo intermitente, alerta a pessoa e recomenda ajuda profissional.
Custo do tratamento
O Transtorno Explosivo intermitente requer sessões de terapia com psicólogos e, em alguns casos, uso de medicações prescritas pelo psiquiatra.
Para tal, o preço do tratamento é variado, dependendo de cada pessoa, do profissional e de quantas sessões serão necessárias.
De uma forma geral, é esperado que a média de preços seja:
Consulta com psicólogo De R$ 80,00 a R$ 300,00
Consulta com psiquiatra De R$ 250,00 a R$ 800,00
Mitos e Verdades sobre TEI
O certo é extravasar a raiva liberando-a.
Não. A raiva não só gera o sentimento de irritabilidade como promove respostas fisiológicas ao corpo como aceleração cardíaca e respiratória, estresse e ansiedade. A raiva deve ser tratada e acalmada
Se um parente ou amigo estiver tendo um ataque de raiva devo me afastar.
As crises de TEI podem ser extremamente tristes, assustadoras e causar muito sofrimento para os que estão ao redor da pessoa com transtorno explosivo intermitente. Você pode ajudar a pessoa com os conselhos dados acima e recomendações do psicólogo, bem como alertar sobre a necessidade de procurar ajuda de um profissional. A ajuda deve ser dada principalmente após os ataques, que é quando a pessoa volta ao estado normal e geralmente sente-se culpado pelo ocorrido.
Todo mundo com Síndrome do Hulk também tem transtorno bipolar.
O transtorno bipolar pode estar presente, porém, nem em todos os casos. Outros distúrbios relacionados com o Transtorno Explosivo intermitente são depressão, ansiedade, uso de substâncias ilícitas, transtornos de alteração de humor e bipolaridade.
Perguntas frequentes
A exposição à violência e agressão durante a infância, passando por experiências traumáticas ou sendo vítima de abuso e/ou negligência são sim exemplos de alguns fatores ambientais que podem provocar sintomas de distúrbios explosivos intermitentes.
A raiva é um sentimento que causa alterações no pensamento e fisiológica nas pessoas. Porém, quando a mesma vem acompanhada de agressão, que é um ato de causar dano a alguém, animal ou alguma coisa, torna-se um problema. O Transtorno Explosivo Intermitente ou Síndrome do Hulk, deve ser tratada por um psicólogo e um psiquiatra, por tratar-se de um distúrbio mental.
Parentes de primeiro grau de pacientes diagnosticados com a Síndrome do Hulk possuem riscos mais acentuados de desenvolver TEI, quando comparados ao restante das pessoas.
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